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48ª MOSTRA DE SP | Saturday Night, de Jason Reitman (Idem, 2024)
Sem soar proibitivo, Saturday Night é uma viagem caótica aos 90 minutos que antecederam uma revolução na televisão norte-americana. Alguns poucos dias antes da sessão de Saturday Night , uma alteração na programação da Mostra encaixou outra produção entre as exibições dos dois filmes que gostaria de ver no dia, até então seguidos, “jogando” este para lá das dez horas da noite, e criando um grande intervalo no meu dia. Em um primeiro momento, não nego que fiquei irritado – afi

Henrique Debski
2 de nov. de 20244 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | The Line, de Ethan Berger (Idem, 2024)
The Line lança um olhar de reprovação sobre a violência e os abusos nas fraternidades universitárias, mas não encontra meios para estabelecer uma identidade própria diante de tantos filmes parecidos. Em certo momento durante a projeção de The Line , cheguei a virar para um amigo que assistia ao filme comigo e disse: “estou achando que isso é um remake, porque parece que conheço essa história”. No fim das contas, não era, mas bem poderia ser. No caso, pensava que seria uma ref

Henrique Debski
1 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Oeste Outra Vez, de Erico Rassi (Idem, 2024)
O Oeste Outra Vez de Erico Rassi nos leva à uma terra de homens que não sabem lidar com a masculinidade frágil, em uma ótima sátira aos comportamentos primitivos ainda atuais. No retorno da sessão de Oeste Outra Vez na Mostra , para lá da meia-noite e meia de um domingo (na verdade já era segunda-feira né?), pedi uma corrida por aplicativo, e, no retorno para casa, acompanhei o motorista, durante cerca de vinte minutos, em seu possível clima de “sofrência”, ouvindo, com o v

Henrique Debski
31 de out. de 20243 min de leitura


48º MOSTRA DE SP | O Pior Homem de Londres, de Rodrigo Areias (Idem, 2024)
O Pior Homem de Londres possui uma boa história nas mãos, mas pouco aproveitada em um roteiro confuso e de ritmo lento. O drama português O Pior Homem de Londres , dirigido por Rodrigo Areias, é curioso enquanto se passa na Inglaterra vitoriana, em pleno século XIX, e é todo falado em inglês. Lembrou-me, por este motivo, de um ótimo filme nacional que também assisti na Mostra de São Paulo, porém de 2023: Invisíveis (ou The Ballad of a Hustler ), que, apesar de brasileiro e c

Henrique Debski
30 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Idem, 2024)
A estética de Harvest acerta em valorizar o mistério e a apreensão, mas é incapaz de se conectar com o espectador através de uma narrativa vazia. Já nos minutos iniciais de Harvest , a cineasta Athina Rachel Tsangari deixa bastante clara a sensação de estranhamento e desconforto que busca imprimir em seu espectador, através de uma fotografia claustrofóbica, e uma aproximação de seu protagonista, Walt, excelentemente vivido por Caleb Landry Jones, enquanto se aventura às marge

Henrique Debski
29 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP| Sol de Inverno, de Hiroshi Okuyama (My Sunshine, 2024)
O encantador Sol de Inverno , de Hiroshi Okuyama, imerge o espectador na jornada de amadurecimento de um jovem garoto, em meio a liberdade de fazer suas próprias escolhas. Desde os primeiros planos de Sol de Inverno , conseguimos sentir algumas das influências do diretor Hiroshi Okuyama na construção estética de seu filme. É a razão de aspecto mais fechada, os enquadramentos simétricos e estáticos, uma presença muito forte das cores vivas. Ainda assim, mesmo que num primeiro

Henrique Debski
28 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Malu, de Pedro Freire (Idem, 2024)
Malu é um retrato sensível de Pedro Freire para com sua mãe, em uma homenagem que a enxerga com olhares humanos. Após a sessão, logo no primeiro dia desta Mostra de SP, em um breve bate-papo com os realizadores a respeito do filme, ouvir Pedro Freire falando de sua mãe e das ideias que deram origem ao presente era o que eu precisava para ficar ainda mais emocionado com Malu . Não é nada fácil pensar em um projeto de homenagem, ainda mais quando a protagonista é sua própria

Henrique Debski
26 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Dahomey, de Mati Diop (Idem, 2024)
Em Dahomey , Mati Diop se interessa em debater a colonização a partir da devolução de peças saqueadas, entre as diferentes perspectivas na voz de seu próprio povo. Logo em seu primeiro plano, ao filmar um pequeno camelô vendendo souvenirs de Paris em frente a Torre Eiffel, Mati Diop já introduz, sem nada precisar dizer com palavras, a temática central de seu documentário vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlin, Dahomey . É uma visão sobre a relação entre o colonizador

Henrique Debski
25 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Marcello Mio, de Christophe Honoré (Idem, 2024)
A criativa homenagem de Christophe Honoré à Marcello Mastroianni tem uma boa ideia, que não sabe, porém, como ou para onde ir. Em Marcello Mio , a grande ideia de Christophe Honoré é uma criativa homenagem a um dos maiores nomes do cinema europeu: Marcello Mastroianni. Falecido em 1996, o ator acumula mais de 140 créditos em diversas produções, faladas em inúmeras línguas diferentes, e encontra, direta ou indiretamente, lugar na formação de gerações de cineastas, atores e cin

Henrique Debski
23 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Idem, 2024)
A dor do vazio é explorada por Walter Salles em Ainda Estou Aqui , enquanto desconstrói a família Paiva com sensibilidade em um doloroso retrato dos efeitos da Ditadura Militar brasileira. Neste ano de 2024, chegamos aos sessenta anos de uma das épocas mais sombrias da história brasileira: a Ditadura Militar. Não à toa o cinema tem mantido viva a memória de fatos e momentos que jamais podem ou devem ser esquecidos, e com eles feridas incuráveis, superficialmente cicatrizadas,

Henrique Debski
22 de out. de 20244 min de leitura


48º MOSTRA DE SP | Hanami, de Denise Fernandes (Idem, 2024)
Hanami fica entre a realidade e a fantasia para explorar relações familiares, amadurecimento e a transformação das visões de mundo. Um dos grandes incômodos que tenho com alguns filmes ultimamente é a maneira como, em uma obra audiovisual, os cineastas compreendem a imagem como algo secundário na construção da linguagem e preferem, a todo tempo, falar e escrever o que pode ser mostrado. Cada um faz seu filme como prefere, é verdade, mas para uma arte que nasceu essencialmente

Henrique Debski
16 de out. de 20243 min de leitura


48º MOSTRA DE SP | Anora, de Sean Baker (Idem, 2024)
Sean Baker se diverte caminhando com Anora rumo ao imprevisível, em uma sátira que mescla o absurdo com um toque de realismo. Algo que admiro muito no talento de Sean Baker para com seu cinema é a forma com a qual trabalha quaisquer tipos de situações a partir de uma naturalidade única, a qual nos introduz a universos distantes, mas nem tanto, dos que vivemos. É o que já fizeste antes em Tangerine , por exemplo, com seu microcosmo, e é o caso da maneira como nos situa inicial

Henrique Debski
11 de out. de 20244 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | Caminhadas Noturnas, de Ryan McKenna (Promenades Nocturnes, 2023)
O mal de Alzheimer representado em uma imersão genérica (e cansativa). O mal de Alzheimer é uma doença devastadora. A parda da memória talvez seja uma das maiores dores que o ser humano pode sentir, quando passa a deixar de confiar em sua própria cabeça. E a arte, incluindo o cinema, busca a imitação da realidade; representar, de inúmeras maneiras, o que é real, a partir de performances que buscam pela materialização do olhar de seu autor. Nesse contexto, das múltiplas fo

Henrique Debski
30 de nov. de 20231 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | Ferrari, de Michael Mann (Idem, 2023)
A frieza de Ferrari em um tenso thriller de Michael Mann. Quando penso em “Oppenheimer”, vejo todo o amadurecimento do cinema de Christopher Nolan, cujos melhores elementos estão reunidos em uma cinebiografia madura e imersiva a respeito de uma personalidade controversa. Em relação à “Ferrari”, vejo o drama biográfico do veterano Michael Mann com a mesma visão. Apesar de sua estrutura tradicional, acompanhamos o recorte de uma das piores épocas da vida de Enzo Ferrari, quan

Henrique Debski
28 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | Uma Revolução em Quadros, de Sara Nodjoumi e Till Schauder (A Revolution on Canvas, 2023)
A luta pela liberdade através da arte. A relação do artista plástico iraniano Nickzad “Nicky” Nodjoumi com seu trabalho e especialmente com seu país de origem é bem explorada neste documentário produzido por sua filha, Sara Nodjoumi, que assina a produção e direção juntamente com Till Schauder. A época do governo pelo monarca Reza Pahlavi e da Revolução Islâmica encabeçada por Khomeini são grandes alvos críticos da arte plástica desempenhada por Nicky, que desabafa sobre

Henrique Debski
24 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | O Sequestro do Voo 375, de Marcus Baldini (Idem, 2023)
Entre desespero e heroísmo, Marcus Baldini constroi uma experiência desesperadora em O Sequestro do Voo 375 . No Brasil, o ano de 1988 foi marcado por controvérsias. Apesar do nascimento de nossa Constituição Cidadã, este foi o ano da redemocratização, muito lembrado pelo falecimento repentino do presidente eleito, Tancredo Neves, e a subida de José Sarney ao cargo de presidente. Em meio à instabilidade econômica e política do período, pouco é lembrado o único caso envolven

Henrique Debski
22 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | O Dia que Te Conheci, de André Novais Oliveira (Idem, 2023)
No pior dos momentos, uma luz brilhante. A ansiedade e a depressão são o mal da modernidade. Na era da informação, da tecnologia e do imediatismo, temos visto tais condições crescerem entre a população mundial, e também o consequente aumento do consumo de medicamentos, na tentativa de combatê-las. Nesse contexto de melancolia, quando tudo parece perdido, e o mundo de cabeça para baixo, depois um dia desastroso, quem diz que não podemos encontrar a pessoa de nossas vidas? Em

Henrique Debski
17 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | Zona de Interesse, de Jonathan Glazer (The Zone of Interest, 2023)
Jonathan Glazer, em Zona de Interessa , cria a perfeita ilustração da “banalidade do mal” referida por Hannah Arendt. Em “Zona de Interesse”, Jonathan Glazer consegue ilustrar com perfeição o conceito de “banalidade do mal", desenvolvido pela filósofa Hannah Arendt. A partir de uma experiência sensorial e sem qualquer pressa, somos introduzidos à vida e à família de um oficial do alto escalão nazista, que levam uma vida comum, como de qualquer outra. Mas aos poucos, perce

Henrique Debski
15 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | Dance Primeiro, de James Marsh (Dace First, 2023)
Ao contar a vida de Samuel Beckett, James Marsh conduz uma biografia pra lá de superficial, e nem perto do nível de seu biografado. Na proposta de uma cinebiografia poética e metafórica, supostamente inteligente à altura do autor e dramaturgo Samuel Beckett, James Marsh faz uso da fantasia para mascarar a obviedade de seu projeto. Fingindo criatividade, "Dance Primeiro" nada mais é do que uma obra rasa e pouco orgânica, que passa superficialmente por momentos da vida de Bec

Henrique Debski
13 de nov. de 20232 min de leitura


47º MOSTRA DE SP | A Besta, de Bertrand Bonello (The Beast, 2023)
Bertrand Bonello adapta obra de Henry James com a visão do amor ao longo do tempo, e deixa um alerta para o futuro. Em “A Besta”, o cineasta Bertrand Bonello propõe um interessante universo distópico, onde as emoções humanas mostram-se um empecilho para a evolução da sociedade. Dessa forma, a purificação do DNA e a conexão com vidas passadas revela-se a única forma de eliminar os sentimentos. Dentro deste universo futurista e de caráter extremamente pessimista, Bonello ar

Henrique Debski
12 de nov. de 20232 min de leitura
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