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49ª MOSTRA DE SP | Blue Moon, de Richard Linklater (Idem, 2025)
Da alegria empolgante à arrogância, tristeza e tragédia, Richard Linklater, em Blue Moon , desconstrói o compositor Lorenz Hart, através de um poderoso estudo de personagem. Na abertura de Blue Moon , logo antes da primeira cena, Richard Linklater coloca duas citações em tela, parte de relatos verídicos de pessoas distintas enquanto falavam da persona retratada no filme, o genial compositor norte-americano Lorenz Hart. São elas advindas do também compositor Oscar Hammerstei

Henrique Debski
29 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | A História do Som, de Oliver Hermanus (The History of Sound, 2025)
A frieza e distância da direção de Oliver Hermanus em A História do Som torna a reunião de Paul Mescal e Josh O’Connor em drama queer uma experiência esquecível. Como já diz o ditado popular, a expectativa é a mãe da decepção. Quando de sua estreia na prestigiada competitiva de Cannes, lembro-me de que as primeiras reações para com A História do Som foram de pura decepção, especialmente por parte de amigos e colegas que cobriam o festival. E de fato, não posso julgar tal s

Henrique Debski
28 de nov.5 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Morte e Vida Madalena, de Guto Parente (Idem, 2025)
Por meio da metalinguagem, Guto Parente explora o luto em Morte e Vida Madalena , e encontra no cinema uma forma de terapia e homenagem. A arte, especialmente na forma do cinema, oferece uma vastidão de possibilidades para serem exploradas ao que quer que se tenha a dizer. Enquanto alguns se voltam ao registro da vida em sua realidade, a procurando a partir do documentário, por exemplo; outros buscam refúgio na ficção para a mesma finalidade, executada de outra maneira, ou me

Henrique Debski
26 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Fiume o Morte!, de Igor Bezinovic (Idem, 2025)
Entre o contra-arquivo e a metalinguagem, Igor Bezinovic experimenta com o documentário em Fiume ou Morte! , desconstruindo a figura de Gabrielle D’Annuzio durante sua ocupação de Fiume. Outrora, até pouco depois da Primeira Guerra Mundial, parte da atual cidade de Rijeka, na Croácia, tinha outro nome: Fiume. O território, que ao longo de séculos passou de mão em mão entre governos de francos, austríacos e húngaros, foi palco de um incidente interessante logo após a primeir

Henrique Debski
25 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Rose of Nevada, de Mark Jenkin (Idem, 2025)
Mark Jenkin acredita reinventar a roda da viagem no tempo, mas Rose of Nevada apenas recicla ideias batidas e se recusa a dar respostas para soar mais complexo do que realmente é. Já logo na primeira cena de Rose of Nevada , ao mostrar imagens da natureza até a mão do ser humano, ao redor de alguma cidade litorânea na costa britânica, sem qualquer trilha sonora ao fundo, na forma de planos bastante contemplativos durante alguns minutos, já nos oferece uma visão clara do for

Henrique Debski
20 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Águias da República, de Tarik Saleh (Eagles of the Republic, 2025)
Em Águias da República , Tarik Saleh usa da metalinguagem para explorar o uso do cinema como propaganda, em um Egito autocrático e religioso. Ainda que nascido em Estocolmo, na Suécia, toda a filmografia autoral do cineasta Tarik Saleh direciona o olhar do espectador ao Egito, país natal de seu pai, e com o qual guarda evidente carinho, apesar do regime fascista, e especialmente seu conservadorismo religioso, dos quais não poupa esforços, e palavras, para criticar, agora na

Henrique Debski
19 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Foi Apenas um Acidente, de Jafar Panahi (Yek Tasadef Sadeh, 2025)
Em Foi Apenas um Acidente , Jafar Panahi discute a banalidade do mal, e um sentimento de vingança contra o violento regime iraniano – vale a pena retribuir a dor na mesma moeda? Durante a conversa com o diretor Jafar Panahi após a primeira exibição de Foi Apenas um Acidente na 49ª Mostra de São Paulo, questionado sobre a possibilidade de um aspecto pessoal no longa, como de costume em sua filmografia, o cineasta negou ser o filme necessariamente sobre si. Entretanto, conhe

Henrique Debski
16 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Pai, Mãe, Irmã, Irmão, de Jim Jarmush (Father, Mother, Sister, Brother, 2025)
Em três histórias, Jim Jarmush extrai pouco de Pai, Mãe, Irmã, Irmão , preocupando-se mais com as relações formais entre elas, e propagandas de marcas famosas, do que realmente com aquilo que pretendem contar. A competitiva deste ano do Festival de Veneza foi tomada por polêmicas, fofocas e especulações. Enquanto A Voz de Hind Rajab conquistava as lágrimas e os aplausos do público, esperando-se que recebesse o prêmio máximo, boatos indicavam que discussões e até brigas ent

Henrique Debski
15 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Aurora 15, de José Eduardo Belmonte (Idem, 2025)
Filmado há uma década, Aurora 15 é um exercício de cinema de gênero confuso, pensado às pressas por uma equipe e elenco talentosos, que não salvam o projeto do esquecimento. Antes do início da sessão no CineSesc, na première do filme na 49ª Mostra de São Paulo, o elenco e equipe de Aurora 15 foi à frente da sala para uma rápida apresentação da obra. O renomado produtor brasileiro Rodrigo Teixeira tomou as rédeas da idealização do projeto, e dispôs-se a explicar suas origens

Henrique Debski
15 de nov.3 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | A Incrível Eleanor, de Scarlett Johansson (Eleanor the Great, 2025)
Entre a valorização da fé judaica e a superação do luto, a estreia de Scarlett Johansson na direção não assume riscos e abraça a previsibilidade, mas encontra na atuação de June Squibb sua verdadeira alma. Um dos momentos mais sombrios da História, o Holocausto ainda hoje continua sendo a temática de muitas produções cinematográficas anualmente. Dentro desse recorte histórico da Segunda Guerra Mundial, já assistimos a diversas abordagens, desde as mais dramáticas, reconstit

Henrique Debski
14 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Abaixo das Nuvens, de Gianfranco Rosi (Sotto le Nuvole, 2025)
Gianfranco Rosi filma bastante e constrói belas composições visuais, mas não deixa de tornar seu Abaixo das Nuvens um documentário inócuo sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Já não é a primeira vez neste ano que conto esse detalhe peculiar de minha graduação em Direito. Na realidade, não é algo que se refere diretamente à área, mas guarda relação com o espaço acadêmico como um todo, e da mesma maneira que se escreve um projeto de pesquisa ou um artigo científico, vale também

Henrique Debski
12 de nov.3 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Atropia, de Hailey Gates (Idem, 2025)
Em ritmo de desconstrução, Atropia satiriza a cultura militarista norte-americana, e se aproveita da metalinguagem para rejeitar convenções hollywoodianas. " A guerra é uma forma de Deus ensinar geografia aos americanos " (atribuída à Mark Twain). A citação inicial de Atropia , apresentada em tela antes do longa começar, é excelente em definir, desde cedo, o rumo de sua crítica à sociedade norte-americana, bem como ao seu aspecto de contracultura, em uma proposta bem-suced

Henrique Debski
11 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | No Other Choice, de Park Chan-wook (Idem, 2025)
Alinhado a um cinema anticapitalista sul-coreano, Park Chan-Wook faz de No Other Choice uma mórbida e intensa comédia sobre o desemprego, e os sacrifícios para o reingresso no mercado de trabalho. Com uma estreia badalada na competitiva do Festival de Veneza deste ano, muito se esperava por certo reconhecimento ao novo trabalho de Park Chan-wook dentre as premiações. Entretanto, não foi o que aconteceu, e No Other Choice saiu literalmente com as mãos abanando. A decepção, p

Henrique Debski
9 de nov.5 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Amiga Silenciosa, de Ildikó Enyedi (Stille Freundin, 2025)
Em Amiga Silenciosa , Ildikó Enyedi intercala épocas distintas em um mesmo espaço para explorar as evoluções da sociedade, a partir de drama intimista e poético. Uma universidade em algum lugar da Alemanha torna-se o palco de uma jornada intimista através dos tempos. Passeando por seu campus, no início de 2020, um veterano cientista recém-chegado de Hong Kong conhece o local, andando entre seus jardins, admirando a beleza exuberante de suas altas árvores centenárias, de u

Henrique Debski
8 de nov.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Cyclone, de Flavia Castro (Idem, 2025)
Cyclone inspira-se na vida da dramaturga Maria de Lourdes Castro Pontes, e explora os desafios de uma mulher a frente de seu tempo em uma época em que viviam aprisionadas pela própria sociedade. Nem todos os dramas biográficos precisam necessariamente seguir à risca os fatos da realidade. Desde que bem estruturados, e esclarecendo desde o princípio a abordagem pretendida, de maneira livre em relação à história real, o céu torna-se o limite na condução da narrativa. Não que

Henrique Debski
7 de nov.3 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Mirrors No. 3, de Christian Patzold (Idem, 2025)
Christian Patzold, em Mirrors No. 3 , explora o luto a partir de reflexos e projeções entre os personagens, numa fábula realista sobre a dor e o seguir adiante. A fila gigante na Cinemateca Brasileira que antecedia a sessão de Mirrors n. 3 foi uma enorme surpresa para quase todas as pessoas com quem conversei. Partindo de um pressuposto, talvez correto, de que Christian Patzold é um diretor um tanto nichado, bastante voltado ao interesse de uma parcela específica da comunid

Henrique Debski
5 de nov.3 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho (Idem, 2025)
O Agente Secreto continua o debate de Retratos Fantasmas sobre memória e registro, em thriller político que faz do anticlímax uma reviravolta imersiva. Ambientado em uma Recife do final dos anos 1970, desde os primeiros instantes de O Agente Secreto já nos é possível notar o estabelecimento de um diálogo profundo de Kleber Mendonça Filho com alguns dos temas que vem permeando seu cinema recente. Seu último longa, o documentário Retratos Fantasmas , discorreu, com e através

Henrique Debski
4 de nov.5 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Nouvelle Vague, de Richard Linklater (Idem, 2025)
Com Nouvelle Vague, Richard Linklater conta sobre a produção de Acossado e do nascimento de Jean-Luc Godard como diretor revolucionário, em drama que não capta o espírito do período que retrata. Em uma época na qual tem sido bastante comuns as “cartas de amor ao cinema” pelas mãos de diversos cineastas, usando da metalinguagem para contar sobre suas inspirações e paixões pela sétima arte através da própria , Richard Linklater explora sua paixão pelo cinema francês em Nouvelle

Henrique Debski
31 de out.3 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | O Filho de Mil Homens, de Daniel Rezende (Idem, 2025)
Superando os desafios da adaptação, Daniel Rezende faz de O Filho de Mil Homens um drama fantástico sensível sobre empatia e a família que escolhemos. Muitos falavam, e ainda falam, sobre a complexidade da literatura de Valter Hugo Mãe, e a dificuldade que seria adaptar uma obra como O Filho de Mil Homens para as telas do cinema. O próprio idealizador do projeto, Daniel Rezende, comentou, antes o início da sessão na première do filme, na Cinemateca Brasileira, durante a 49

Henrique Debski
30 de out.4 min de leitura


49ª MOSTRA DE SP | Nosso Herói, Balthazar, de Oscar Boyson (Our Hero, Balthazar, 2025)
Nosso Herói, Balthazar coloca em xeque o “heroísmo de redes sociais”, em uma sátira da sociedade norte-americana e aos problemas sistêmicos que não desejam solucionar. Desde seus primeiros minutos, Our Hero, Balthazar é plenamente transparente com o espectador no tocante à natureza de seu protagonista, e ao tom satírico que emprega à narrativa. Sob a paisagem do centro de Manhattan, em um apartamento gigante nos últimos andares de um dos prédios mais altos da cidade, o ado

Henrique Debski
29 de out.4 min de leitura
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