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48ª MOSTRA DE SP | Os Enforcados, de Fernando Coimbra (Idem, 2024)
Os Enforcados sedimenta a habilidade de Fernando Coimbra como diretor, através de um thriller criminal intenso e que provoca risadas – de diversão e de nervoso. Mais de dez anos depois de lançar o excelente thriller O Lobo Atrás da Porta , Fernando Coimbra retornou às terras brasileiras para dar vida a um projeto idealizado desde as filmagens do anterior. Trata-se novamente de um thriller criminal, mas que dessa vez abraça uma forma de comédia ácida e com tons mórbidos para

Henrique Debski
22 de nov. de 20244 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | O Brutalista, de Brady Corbet (The Brutalist, 2024)
Com um orçamento limitado, O Brutalista é grandioso no processo de desconstrução do estilo de vida americano. Após assistir a O Brutalista , na excelente sala do CineSesc durante a 48ª Mostra de SP, o meu primeiro sentimento foi de uma emocionante viagem ao passado. De fato, não posso negar a legitimidade da palavra “monumental”, colocada no pôster e atribuída à vários veículos diferentes, pois de fato foi uma experiência monumental, um épico sobre o nascimento do “ american

Henrique Debski
21 de nov. de 20244 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | O Clube das Mulheres de Negócios, de Anna Muylaert (Idem, 2024)
Anna Muylaert se arrisca em O Clube das Mulheres de Negócios , com uma comédia provocativa que retrata algumas faces do Brasil. Poucos minutos antes do início da sessão de O Clube das Mulheres de Negócios , a diretora e roteirista por trás do projeto, Anna Muylaert, deixou claro que este era seu filme mais “arriscado”. Diferente de seus longas anteriores, mais sensíveis, a intenção deste era de um teor provocativo, uma reimaginação dos anos e valores defendidos pelo governo B

Henrique Debski
19 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | The Surfer, de Lorcan Finnegan (Idem, 2024)
Com The Surfer , Lorcan Finnegan explora a obsessão, através de uma narrativa sádica que se diverte torturando o protagonista de Nicolas Cage. Dentro do cinema de Lorcan Finnegan, The Surfer é mais um filme que explora a mente e os comportamentos humanos a partir de situações extremas que levam a loucura. Se outrora já falara sobre o pesadelo do sonho americano (em Vivarium , 2019); e também sobre a ganância (com Nocebo , 2022), agora foi a vez de tratar da obsessão. Na tra

Henrique Debski
15 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Barba Ensopada de Sangue, de Aly Muritiba (Idem, 2024)
Barba Ensopada de Sangue se segura na atmosfera de mistério e tensão, ainda que derrape na conexão entre o protagonista e o espectador. Logo nos primeiros momentos de Barba Ensopada de Sangue , já podemos sentir o tormento mental pelo qual passa o protagonista. São histórias de família que se mesclam em um sonho, surrealista, onde o personagem de Gabriel Leone afunda e praticamente se afoga em um mar repleto de imensas baleias. É porque isso está diretamente ligado à sua obse

Henrique Debski
12 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Maria Callas, de Palblo Larraín (Maria, 2024)
Pablo Larraín mistura ficção com traços biográficos ao explorar, através da fantasia, os últimos dias da vida de Maria Callas. Admito que tenho gostado muito dos trabalhos recentes de Pablo Larrain, no qual desenvolveu um formato bastante próprio de fixar um recorte temporal, e a partir dele explorar, através da ficção, alguns dias na pele de uma importante mulher da História. Assim já o fizera com Jackie Kennedy, em Jackie (2016), no processo de luto após a morte do marido;

Henrique Debski
11 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | O Senhor dos Mortos, de David Cronenberg (The Shrouds, 2024)
The Shrouds mantém viva a fascinação de Cronenberg pela morte, mas não consegue amarrar seu desfecho diante de tantas ideias. O fato de The Shrouds se tratar de um projeto de série nunca levado adiante diz muito sobre sua estrutura longa, que nunca busca por respostas ou conclusões, mas por um ar de mistério constante, aos poucos notadamente mal resolvido em razão da duração. Originalmente, dois episódios foram escritos por Cronenberg e apresentados para a Netflix, cujos exec

Henrique Debski
8 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Centro Ilusão, de Pedro Diógenes (Idem, 2024)
No Centro Ilusão de Pedro Diógenes, a música é um ponto de união entre dois músicos, em uma envolvente jornada pela Fortaleza do mundo real. Uma das melhores sensações que se tem ao entrar na sala de cinema é adentrar à realidades diversas da que vivemos, e sem saber o que esperar, esquecer da vida e viajar na mente de outros. Apenas neste ano é a segunda vez que Pedro Diógenes consegue tal feito, mais cedo com A Filha do Palhaço (também exibido na Mostra, em 2023, mas só

Henrique Debski
6 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Um Homem Diferente, de Aaron Schimberg (A Different Man, 2024)
Entre duas personalidades, Um Homem Diferente explora a crise de identidade e a insatisfação do ser humano com as próprias escolhas. Por um momento, pensei que Um Homem Diferente fosse um filme de David Cronenberg. Certamente usado como inspiração pela direção de Aaron Schimberg, é inicialmente um grande drama existencialista, com um homem cuja face possui deformações em razão de uma doença imaginando como poderia ser a sua vida se ele não as tivesse. É um questionamento ju

Henrique Debski
5 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Saturday Night, de Jason Reitman (Idem, 2024)
Sem soar proibitivo, Saturday Night é uma viagem caótica aos 90 minutos que antecederam uma revolução na televisão norte-americana. Alguns poucos dias antes da sessão de Saturday Night , uma alteração na programação da Mostra encaixou outra produção entre as exibições dos dois filmes que gostaria de ver no dia, até então seguidos, “jogando” este para lá das dez horas da noite, e criando um grande intervalo no meu dia. Em um primeiro momento, não nego que fiquei irritado – afi

Henrique Debski
2 de nov. de 20244 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | The Line, de Ethan Berger (Idem, 2024)
The Line lança um olhar de reprovação sobre a violência e os abusos nas fraternidades universitárias, mas não encontra meios para estabelecer uma identidade própria diante de tantos filmes parecidos. Em certo momento durante a projeção de The Line , cheguei a virar para um amigo que assistia ao filme comigo e disse: “estou achando que isso é um remake, porque parece que conheço essa história”. No fim das contas, não era, mas bem poderia ser. No caso, pensava que seria uma ref

Henrique Debski
1 de nov. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Oeste Outra Vez, de Erico Rassi (Idem, 2024)
O Oeste Outra Vez de Erico Rassi nos leva à uma terra de homens que não sabem lidar com a masculinidade frágil, em uma ótima sátira aos comportamentos primitivos ainda atuais. No retorno da sessão de Oeste Outra Vez na Mostra , para lá da meia-noite e meia de um domingo (na verdade já era segunda-feira né?), pedi uma corrida por aplicativo, e, no retorno para casa, acompanhei o motorista, durante cerca de vinte minutos, em seu possível clima de “sofrência”, ouvindo, com o v

Henrique Debski
31 de out. de 20243 min de leitura


48º MOSTRA DE SP | O Pior Homem de Londres, de Rodrigo Areias (Idem, 2024)
O Pior Homem de Londres possui uma boa história nas mãos, mas pouco aproveitada em um roteiro confuso e de ritmo lento. O drama português O Pior Homem de Londres , dirigido por Rodrigo Areias, é curioso enquanto se passa na Inglaterra vitoriana, em pleno século XIX, e é todo falado em inglês. Lembrou-me, por este motivo, de um ótimo filme nacional que também assisti na Mostra de São Paulo, porém de 2023: Invisíveis (ou The Ballad of a Hustler ), que, apesar de brasileiro e c

Henrique Debski
30 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Idem, 2024)
A estética de Harvest acerta em valorizar o mistério e a apreensão, mas é incapaz de se conectar com o espectador através de uma narrativa vazia. Já nos minutos iniciais de Harvest , a cineasta Athina Rachel Tsangari deixa bastante clara a sensação de estranhamento e desconforto que busca imprimir em seu espectador, através de uma fotografia claustrofóbica, e uma aproximação de seu protagonista, Walt, excelentemente vivido por Caleb Landry Jones, enquanto se aventura às marge

Henrique Debski
29 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP| Sol de Inverno, de Hiroshi Okuyama (My Sunshine, 2024)
O encantador Sol de Inverno , de Hiroshi Okuyama, imerge o espectador na jornada de amadurecimento de um jovem garoto, em meio a liberdade de fazer suas próprias escolhas. Desde os primeiros planos de Sol de Inverno , conseguimos sentir algumas das influências do diretor Hiroshi Okuyama na construção estética de seu filme. É a razão de aspecto mais fechada, os enquadramentos simétricos e estáticos, uma presença muito forte das cores vivas. Ainda assim, mesmo que num primeiro

Henrique Debski
28 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Malu, de Pedro Freire (Idem, 2024)
Malu é um retrato sensível de Pedro Freire para com sua mãe, em uma homenagem que a enxerga com olhares humanos. Após a sessão, logo no primeiro dia desta Mostra de SP, em um breve bate-papo com os realizadores a respeito do filme, ouvir Pedro Freire falando de sua mãe e das ideias que deram origem ao presente era o que eu precisava para ficar ainda mais emocionado com Malu . Não é nada fácil pensar em um projeto de homenagem, ainda mais quando a protagonista é sua própria

Henrique Debski
26 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Dahomey, de Mati Diop (Idem, 2024)
Em Dahomey , Mati Diop se interessa em debater a colonização a partir da devolução de peças saqueadas, entre as diferentes perspectivas na voz de seu próprio povo. Logo em seu primeiro plano, ao filmar um pequeno camelô vendendo souvenirs de Paris em frente a Torre Eiffel, Mati Diop já introduz, sem nada precisar dizer com palavras, a temática central de seu documentário vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlin, Dahomey . É uma visão sobre a relação entre o colonizador

Henrique Debski
25 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Marcello Mio, de Christophe Honoré (Idem, 2024)
A criativa homenagem de Christophe Honoré à Marcello Mastroianni tem uma boa ideia, que não sabe, porém, como ou para onde ir. Em Marcello Mio , a grande ideia de Christophe Honoré é uma criativa homenagem a um dos maiores nomes do cinema europeu: Marcello Mastroianni. Falecido em 1996, o ator acumula mais de 140 créditos em diversas produções, faladas em inúmeras línguas diferentes, e encontra, direta ou indiretamente, lugar na formação de gerações de cineastas, atores e cin

Henrique Debski
23 de out. de 20243 min de leitura


48ª MOSTRA DE SP | Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Idem, 2024)
A dor do vazio é explorada por Walter Salles em Ainda Estou Aqui , enquanto desconstrói a família Paiva com sensibilidade em um doloroso retrato dos efeitos da Ditadura Militar brasileira. Neste ano de 2024, chegamos aos sessenta anos de uma das épocas mais sombrias da história brasileira: a Ditadura Militar. Não à toa o cinema tem mantido viva a memória de fatos e momentos que jamais podem ou devem ser esquecidos, e com eles feridas incuráveis, superficialmente cicatrizadas,

Henrique Debski
22 de out. de 20244 min de leitura


48º MOSTRA DE SP | Hanami, de Denise Fernandes (Idem, 2024)
Hanami fica entre a realidade e a fantasia para explorar relações familiares, amadurecimento e a transformação das visões de mundo. Um dos grandes incômodos que tenho com alguns filmes ultimamente é a maneira como, em uma obra audiovisual, os cineastas compreendem a imagem como algo secundário na construção da linguagem e preferem, a todo tempo, falar e escrever o que pode ser mostrado. Cada um faz seu filme como prefere, é verdade, mas para uma arte que nasceu essencialmente

Henrique Debski
16 de out. de 20243 min de leitura
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