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15º FESTIVAL CINEFANTASY | A Maldição do Queen Mary, de Gary Shore (Haunting of the Queen Mary, 2023)

  • Foto do escritor: Henrique Debski
    Henrique Debski
  • 13 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura

Longo e descompassado, A Maldição do Queen Mary é, acima de tudo, entediante.


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Ao final da sessão, o primeiro pensamento que me veio à mente foi: será que Gary Shore e os demais roteiristas de “A Maldição do Queen Mary” refletiram acerca do filme que escreveram? Porque a obra, escrita à oito mãos, na tentativa de soar complexa, resulta em algo quase ininteligível por ser um amontoado de ideias mal desenvolvidas competindo entre si.

 

A melhor delas é a dupla narrativa, que intercala o luxuoso passado do Queen Mary com sua decadência do presente, ambas envoltas em assombrações. No entanto, a ideia é boa, mas sua execução, pouco polida por realizadores incompetentes, falha em construir uma mitologia coerente em torno do navio. É como se muitas histórias se reunissem em um único arco costurado de qualquer jeito e repleto de inconsistências, que quanto mais tenta se explicar, mais se confunde (o flashback em animação é uma das piores partes do filme, por não combinar ao estilo adotado e por sua explicação pífia).

 

Como se não bastasse a confusão criada pelo roteiro, a montagem também não dá conta de criar mistério ou tensão quando a forma como a história é contada não segue algum tipo de paralelismo na intensidade. Frequentemente uma cena de carga emocional mais elevada é cortada por outra qualquer, esvaziando o clima tenso anterior, que posteriormente não é retomado da mesma forma.

 

E assim qualquer atmosfera de terror é perdida com facilidade, restando apenas uma enorme quantidade de jumpscares, que se resumem a gritos e trilha sonora alta.

 

Apesar da violência, é curioso como nem mesmo isso é capaz de somar à obra, na medida em que a direção de Gary Shore só a utiliza com o fim de chocar sem ter nada para dizer, e a fotografia assinada por Isaac Bauman é tão escura que mal nos permite ver o que acontece em cena.

 

E dessa forma, “A Maldição do Queen Mary” busca impressionar o espectador com sua dupla narrativa sem notar o quão confuso se tornou, ao ponto de se arrastar por duas horas prolixas e sem qualquer personalidade.


Avaliação: 1.5/5

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